quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Coração Frankenstein

Sabe aquele filme? Aquele que o bebê nasce velho e vai rejuvenescendo com o passar dos anos? Benjamin Button. Louco não?
Às vezes paro e penso se não nascemos meio "ao contrário", assim como o Benjamin Button. Se não nascemos “sem um coração completo”, com aquela parte que guia nossas emoções ainda em formação.
Nascemos, crescemos, aprendemos a falar, a andar, a comer e em meio a tudo isso, aprendemos a amar e a ser amados. Cada pessoa que nos ama deixa conosco um pedacinho de si e com centenas desses pedacinhos vamos alimentando e construindo nosso coração ao longo da vida. Ele vai ganhando forma e força para pulsar cada vez mais forte.
Tem pessoas que amamos tanto, e de repente vão embora, nos fazendo sentir que levaram uma parte do nosso coração. Dói. No entanto, ao mesmo tempo, tem pessoas que nos amam tanto, que sentimos ficar com um pedacinho de seu tum-tum. Tem pessoas que amamos tanto e nos fazem sentir tão amadas, que a dor faz apenas parte dessa troca. Como se: "Eu te dou um pedacinho do meu e tu me da um pedacinho do teu, ok?"
Que coisa linda, não?
Foto: Jéssica Antonielle - Bariloche - Argentina 2006
Dessa forma, vamos construindo corações ao longo da vida, deixando um pouco do nosso e recebendo um pouco de outros amores. Tem vezes, que o pedaço que deixam conosco é tão grande, mas tão grande, que parece que nosso coração irá explodir. Que nada! Ele se espreme, se ajeita e sempre cabe mais um pedacinho.

E assim, ao final da vida, nos restará um lindo e grande coração com buraquinhos dos que já amamos e pedacinhos dos que já nos amaram. Parece um tanto quanto assustador, mas não tenha medo. Se permita amar e ser amado. Seu coração não irá explodir. A dor é só ele se ajeitando, achando mais um espaço para mais um pouquinho de amor.

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